O Deputado Pepe Vargas votou contra o PL 260/2020 , enviado pelo Governo do estado, e que amplia a utilização de agrotóxicos na agricultura gaúcha.
Pepe afirmou que alguns deputados defendem uma visão produtivista primitiva, não levando em consideração que é possível defender a produção em sintonia com a preservação da saúde humana e o meio ambiente, fundamental para a sustentabilidade da agricultura.
Ele lembrou o impacto gerado pelos agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente, contaminando recursos hídricos e influenciando de forma negativa, na sobrevivência de insetos polinizadores. Segundo ele, o aumento da mortandade de abelhas se deve ao abuso de agrotóxicos, “ todos sabem que estas substâncias podem gerar impactos. O RS é um grande produtor de alimentos e há praticamente 40 anos tínhamos uma legislação que proibia o uso indiscriminado. Esta legislação nunca atrapalhou o desenvolvimento da agricultura gaúcha. A Soja é um exemplo, a produtividade da soja por hectare é uma das maiores do Brasil. Sob o ponto de vista da produtividade não atrapalhou em nada.”
Para Pepe a legislação de 1982, foi um marco na época e ainda mais nos dias de hoje quando se discute no mundo a sustentabilidade do planeta, “Eu esperava que um governador jovem como Eduardo Leite, se colocasse em sintonia com estes princípios da sustentabilidade ambiental, que ele enviasse a esta casa um projeto para estimular a agricultura orgânica, para dar mais assistência técnica para os agricultores que usam agrotóxicos, usarem menos, contaminarem menos, mas ele prefere um projeto desta natureza, que atende os interesses econômicos das empresas que vendem agrotóxicos. É um brutal retrocesso ambiental para o estado.”
O deputado lembrou que em abril deste ano a Rússia, que é o quinto maior importador de soja Brasileira, fez uma reclamação para a organização mundial do comércio, afirmando que o produto brasileiro apresentava uma dosagem de agrotóxicos acima do que é permitido pela legislação daquele país, “o elevado grau de agrotóxicos na soja Brasileira pode colocar em risco o mercado. Isto é um produtivismo primitivo na agricultura e que muitos entendem que é moderno, na verdade isso é um atraso.”