O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Pepe Vargas (PT), defendeu maior justiça social na cobrança das tarifas de coleta de lixo e destacou a importância de investimentos em educação ambiental. A manifestação ocorreu nesta quarta-feira (1º), durante audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, presidida pelo deputado Neri, o Carteiro (PSDB), que debateu novas tecnologias e concessões para a gestão de resíduos sólidos urbanos.
O presidente afirmou que houve retrocesso na área ambiental nos últimos anos. Como exemplo, lembrou que até mesmo dentro do Parlamento a educação ambiental esteve fragilizada, com a coleta seletiva suspensa por dois anos. Neste ano, ao assumir a gestão da Casa, implementou um plano de adequação para os resíduos e retomou o sistema de separação. “A educação ambiental envolve a correta separação do lixo nos ambientes e é fundamental que o material destinado ao seletivo chegue às associações de recicladores”, destacou. A audiência foi solicitada pelo deputado Pepe.
Pepe também apontou falhas na logística reversa, avaliando que grandes grupos empresariais ainda não cumprem seu papel. “Não podemos tratar da mesma forma um grande gerador de resíduos e um cidadão comum em seu apartamento, numa pequena loja ou numa casa”, afirmou. O parlamentar ressaltou que, ao discutir tarifas de coleta e destinação final, é preciso considerar que famílias de maior renda produzem muito mais resíduos do que as de baixa renda. “É só comparar: em bairros populares, o lixo é reduzido; já em regiões nobres, o volume é muito maior”, exemplificou.
Segundo Pepe, há casos de famílias pobres que pedem redução da frequência da coleta para pagar menos, pois não conseguem arcar com o valor atual. “Nos conjuntos do Minha Casa, Minha Vida faixa 1, onde vivem muitas famílias beneficiárias do Bolsa Família, há moradores que simplesmente não conseguem pagar. Precisamos debater tarifa social e até isenção. Não podemos tratar desiguais como se fossem iguais”, defendeu. Ele acrescentou que, diante de eventuais concessões no setor, a discussão sobre diferenciação de tarifas se torna ainda mais urgente. “Uma concessionária depende basicamente do que arrecada com as tarifas. Não é justo cobrar o mesmo de um morador de bairro popular e de um grande consumidor de alta renda”, concluiu.
Fotos: Lauro Alves




