Presidente Pepe Vargas recebe reivindicações de Associação de Docentes da UERGS

Foto de Pepe Vargas

Pepe Vargas

A falta de professores no quadro de docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (UERGS) e os recursos destinados para 2025, que representam apenas 0,5% do orçamento do Estado, estiveram na pauta do encontro entre representantes da Associação dos Docentes da UERGS (ADUERGS) e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas (PT). O grupo, que passou a tarde em visita ao Parlamento Gaúcho, relatou as dificuldades enfrentadas nas 23 Unidades Universitárias organizadas em sete Campi Regionais.


O presidente Pepe destacou a importância da UERGS para o estado e manifestou concordância com a reposição do quadro de docentes. “Há uma sobrecarga dos professores, essa é a questão central e mais urgente”, apontou Pepe Vargas.


Composta pelo presidente da ADUERGS, Marcelo Misonete, pela vice-presidente, Martha Narvaz, e pela professora Zenicléia Deggerone, a comitiva informou que A UERGS enfrenta um déficit de, no mínimo, 170 docentes — mais que o dobro do número atual de servidores, considerando a previsão legal. Atualmente, são 250 professores, quando o ideal, de acordo com a lei que criou a Universidade, seria 600. O último concurso público foi realizado em 2014. “Somos uma universidade com 23 campi em todo o Estado, com quatro mil alunos, e estamos pedindo a reposição de 75 professores, o que tem sido negado”, relatou a vice-presidente da ADUERGS. “A UERGS tem potencial de pesquisa e pode contribuir muito com o Rio Grande do Sul em diversas áreas, inclusive nas demandas de sustentabilidade, sem que o Estado precise contratar pesquisadores externos”, acrescentou.


Segundo os dirigentes da ADUERGS, para frear o alto grau de adoecimento e a sobrecarga de trabalho enfrentados pelos servidores da instituição, seria necessária a criação de um plano de contratação emergencial.


Uma pesquisa sobre as condições de trabalho, realizada pela Associação, entre abril e maio, aponta que a maioria dos professores relata excesso de carga horária (três turnos), acúmulo de aulas, coordenações, representação e gestão fora da área de formação, além de casos de depressão e ansiedade generalizada, com uso frequente de medicamentos e terapias.

Orçamento

O grupo também apontou que os recursos orçamentários atuais são utilizados quase exclusivamente para a cobertura da folha de pagamento e despesas eventuais. “Já que a Assembleia deve iniciar as discussões em torno do orçamento do Estado para 2026, e temos um orçamento minúsculo, reivindicamos valores adequados para desenvolver os projetos e ações em que atuamos”, afirmou Marcelo Misonete.


Para ilustrar o cenário, o presidente da ADUERGS destacou que a universidade gaúcha recebeu R$ 192 milhões em 2025 para sua manutenção, enquanto a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) alcançou a cifra de R$ 855 milhões. Já as instituições estaduais de ensino superior do Paraná registraram mais de R$ 3 bilhões. Além disso, a UERGS tem enfrentado dificuldades para acessar R$ 50 milhões do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), situação semelhante à de outras instituições, como a Emater.


A comitiva falou ainda sobre a fragilidade da instituição para garantir o atendimento a uma demanda crescente, operando com a mesma estrutura de uma década atrás. Entre os problemas relatados, estão prédios degradados, falta de recursos básicos e precariedade na segurança para atividades noturnas e em unidades isoladas.

Fotos: Lauro Alves

Compartilhe:

Facebook
Twitter
WhatsApp

Notícias Relacionadas