Pesquisar
Close this search box.

Deputado representa presidência da Assembleia na entrega da Medalha do Mérito Farroupilha ao escritor Jeferson Tenório

Picture of Pepe Vargas

Pepe Vargas

Em cerimônia na terça-feira (6), no Plenarinho, a Assembleia Legislativa concedeu a Medalha do Mérito Farroupilha ao escritor, professor e pesquisador Jeferson Tenório, por proposição da deputada Luciana Genro (PSOL). A honraria é entregue a pessoas que contribuem para o desenvolvimento do RS nos mais diversos segmentos.

O autor do livro O Avesso da Pele, ganhador do Prêmio Jabuti em 2021, Jeferson Tenório acumula várias premiações desde a estreia em 2013. Nascido no Rio de Janeiro em 1977, radicado em Porto Alegre desde os 14 anos, é graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que incluiu a obra na lista de leituras obrigatórias no vestibular deste ano. Também tem textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para outras línguas. Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre em 2020, recebeu a Medalha Simões Lopes Neto do governo do Estado em 2021 e em 2022,  o título de Cidadão de Porto Alegre da Câmara de Vereadores da Capital. 

Jeferson Tenório se disse comovido com a homenagem nomeando familiares e amigos presentes. “Homenagear um autor negro dá um recado à sociedade. É um momento de mudança e reflexão”, disse. 

Ao falar da sua trajetória de cidadão e escritor publicado em mais de 15 países, lamentou as abordagens ao seu corpo negro. “Sou doutor em Letras, um escritor conhecido, mas isso não está escrito na minha mochila, e como diz o personagem do O Avesso da Pele, um corpo negro, é sempre um corpo em risco”. 

Ao encerrar o seu pronunciamento, agradeceu o empenho dos movimentos sociais e celebrou a entrada de negros na universidade e a projeção de outros autores negros. “Nosso compromisso é deixar esse mundo melhor, mais consciente para que tenhamos de fato uma sociedade democrática que não torne as pessoas negras subalternas”, finalizou.  

Para Luciana Genro, o escritor Jeferson Tenório cumpre um papel extraordinário contra o racismo ao incluir a literatura dentro desse movimento. Ao ler um trecho do livro, destacou a abordagem policial sofrida pelo autor em um parque de Porto Alegre e a censura sofrida pela obra ao ser recolhida de bibliotecas de escolas de alguns estados do Brasil, inclusive do Rio Grande do Sul. O Avesso da Pele trata sobre identidade e as complexas relações raciais, sobre violência e negritude. “Censurar um livro é um crime que deveria ser inafiançável, e um país de poucos leitores não deveria estar preocupado em censurar e sim em estimular a leitura”, afirmou.

O deputado Pepe Vargas (PT) falou em nome da presidência da Assembleia Legislativa, destacando que a honraria foi aprovada por unanimidade na Casa “para mostrar que aqueles que tentaram silenciar a obra, praticaram um ato fascista, principalmente por se tratar de obra conhecida e premiada”. O deputado também reforçou o papel do Parlamento de  promotor e guardião da cultura do estado.  

Presentes  os deputados Jeferson Fernandes (PT), Miguel Rossetto(PT), Matheus Gomes (PSOL), deputadas Sofia Cavedon (PT), Stela Farias (PT), Laura Sito (PT) ;  deputadas federais Maria do Rosário (PT) e Fernanda Melchiona (PSOL); ativista do Movimento Negro Vidas Negras Importam Gilvandro Antunes, agentes públicos e vereadores da Capital.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
WhatsApp

Notícias Relacionadas