A formalização e a capacitação dos expositores da Feira da Maesa Cultural e da Feira Turística e Cultural, de Caxias do Sul, foi tema, nesta, segunda-feira (06), da audiência pública, na Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul. A audiência foi proposta pelo deputado estadual Pepe Vargas/PT, e aprovada na Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, da Assembleia Legislativa e contou com o apoio da Frente Parlamentar “A Maesa é Nossa”, presidida pelo vereador Rafael Bueno/PDT. Entre os apontamentos, o deputado Pepe, demonstrou disposição para trabalhar pela inclusão da feira no calendário de eventos do Rio Grande do Sul e, além disso, pretende organizar uma audiência pública na Assembleia Legislativa, onde será debatida a legislação sobre artesanato – demanda que surgiu durante a audiência.
Pepe Vargas falou da importância desses eventos culturais e gastronômicos para o município, pois atraem milhares de pessoas e expositores de todo o Estado. No entanto, os expositores têm enfrentado diversos desafios que prejudicam o desenvolvimento de seus negócios, entre ela a falta de capacitação, problemas com a infraestrutura e ausência de um regramento. “A capacitação e formalização permitirá que representantes do poder público, de entidades ligadas ao setor produtivo e de instituições de ensino e pesquisa auxiliam com soluções para os desafios enfrentados pelos expositores”, disse.
O vereador Rafael Bueno destacou que as feiras são fundamentais na geração de emprego e renda, e na movimentação daquela região onde estão localizadas. Bueno lembrou que a luta para ser construído um mercado público tem pautado os debates acerca da ocupação do espaço da Maesa. “As feiras, associadas a outros movimentos importantes como o mercado público, contribuirão muito para trazer vida àquela região e de modo geral para a cidade. O vereador destacou ainda que as feiras que ocorrem no complexo da Maesa demonstram que a população precisa ocupar os espaços públicos, dando vida aos lugares, levando cultura e gerando renda.
O presidente da Associação Amigos da Maesa (Amaesa), Paulo Sausen, trouxe dados de uma pesquisa recente a qual revelou que 70% dos CNPJs no Brasil são de Microempreendedores Individuais (MEI). Muitos deles viram no artesanato uma forma de complementar a renda ou garantir a sobrevivência financeira. “Em Caxias do Sul, há mais de 2 mil artesãos cadastrados, evidenciando o potencial desse setor na região”, disse. Ele enfatizou o papel fundamental dessas feiras na promoção da cultura, gastronomia e artesanato, atraindo não apenas a população local, mas também expositores de todo o Estado. Contudo, os trabalhadores enfrentam desafios que prejudicam o desenvolvimento de seus negócios, sendo esse um ponto central na audiência. Segundo ele, atualmente, cerca de 20% dos expositores acabam desistindo da participação. Esse índice, segundo ele, aponta para a necessidade de apoio e capacitação. “Nos preocupa, pois a cidade teve experiências nos passado com feiras como a do Brique dos Macaquinhos e da Praça Dante, que hoje já não existem”, ressaltou.
Durante a audiência, os expositores apontaram, também, a necessidade de ajustes na infraestrutura, liberação de espaços, desburocratização dos processos, unidade na tomada de decisões, além de inclusão de um rua coberta. Cerca de 65% dos expositores da Feira da Maesa Cultural e da Feira Turística e Cultural se dedicam ao trabalho com artesanato e 20% aos produtos agroindustriais. Nas 18 edições cerca de 250 mil pessoas já frequentaram o local e mais de 100 artistas se apresentaram.
Para o debate foram convidados representantes da Maesa Cultural; da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Caxias do Sul; da Secretaria de Turismo de Caxias do Sul; da Secretaria de Cultura de Caxias do Sul; do FGTAS Caxias do Sul e Sebrae Caxias do Sul. Também participaram do debate as vereadoras Rose Frigeri/PT, Estela Balardin/PT e Lucas Diel.