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Produtores da Serra pedem antecipação da abertura da Ceasa em Porto Alegre

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Pepe Vargas

Em audiência pública promovida hoje (25) pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos, agricultores familiares da Serra gaúcha solicitaram à direção da Central de Abastecimento do Estado do Rio Grande do Sul (Ceasa) a antecipação do horário de comercialização dos seus produtos no local. A audiência foi proposta pelo deputado Pepe Vargas (PT) e acompanhada pelo deputado Faisal Karam (PSDB).

Logo na abertura dos trabalhos, Pepe explicou que alguns agricultores se deslocavam da Serra ainda na noite anterior a fim de garantir uma boa localização, mas tinham que aguardar por toda a manhã, enquanto o pavilhão permanecia vazio e fechado. O secretário da Agricultura de Caxias do Sul, Rudimar Menegotto, disse que havia uma diferença no tratamento ao atacadista e ao produtor. “Porque o atacado pode vender a partir das 8 horas e o produtor, lá no seu espaço, só a partir das 13 horas ou 13h30, quando se sabe que a maior parte (dos produtos) é vendida no turno da manhã”, disse. Ele também apontou o custo elevado da energia elétrica no local.

Também o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Princípio, Pedro Paulo Schmitz, avaliou que a diferença estaria favorecendo alguns grupos. Segundo ele, muitos produtores já chegavam com a maior parte da produção vendida, mas, devido ao horário, ficavam impossibilitados de entrar na disputa pelo restante.

Ivanor Rech, agricultor familiar com mais de 30 anos na Ceasa, considerou a situação desleal por privilegiar os atacadistas que tinham o mercado durante toda a manhã, enquanto os demais esperavam com seus produtos muitas vezes expostos ao sol e sujeitos a estragarem.

O vice-presidente da Fetag, Eugenio Zanetti, assim como Schmitz, reconheceu as melhorias promovidas no local nos últimos anos, mas defendeu que sempre era possível melhorar.

O presidente da Ceasa, Ailton Machado, apresentou um histórico da empresa e da sua atuação à frente dela, justificando os horários adotados. Segundo o presidente, o local funciona 24 horas para entrada de mercadorias, porém o horário para comercialização é limitado. Em outros tempos, contou, quando atuavam de madrugada, havia uma situação de muita insegurança, com roubos, prostituição e tráfico de drogas.

Sobre a abertura do pavilhão no turno da tarde, disse que havia produtores com características diferentes e que era preciso coordenar as peças de uma engrenagem de modo a não prejudicar excessivamente um ou outro. Segundo ele, se abrissem o local às 10h, produtores de folhosas, por exemplo, que neste horário ainda estava colhendo seus produtos, ficariam fora da disputa. Disse que não havia horário perfeito em nenhuma central do mundo e que estabelecendo o mesmo horário para todos causaria prejuízos maiores a outros clientes, sendo necessário assim um equilíbrio.

A respeito dos custos apontados pelos produtores, disse que em 2010 o módulo custava R$ 595 no início da sua gestão e conseguiu reduzir para R$ 321. Agora, no final de janeiro, segundo ele, estava em R$ 825 para o produtor individual e passará para R$ 678 este mês. No caso de mais produtores dividindo o espaço o valor teria um acréscimo de 25%. Disse que o pequeno produtor era subsidiado, bancando 16% do custo da Ceasa, ao passo que os atacadistas arcavam com 84%.

Também participaram da audiência o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, o assessor de Política Agrícola e Agroindústria da Fetag/RS, Jocimar Rabaioli, e a representante do Departamento de Agricultura Familiar da Secretaria Estadual da Agricultura, Josi Paz, entre outros.

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