Em uma grande demonstração de força nacional e articulação institucional, o presidente Lula, acompanhado dos presidentes da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP/AL), presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD/MG), do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, do vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Edson Fachin, e de 13 ministros, voltou ao Rio Grande do Sul para acompanhar os trabalhos emergenciais que ainda estão sendo realizados e projetar as novas medidas que deverão ser adotadas no enfrentamento à catástrofe que assola o nosso estado.
Depois de sobrevoar com algumas autoridades as áreas mais afetadas na Região Metropolitana, o presidente coordenou uma grande reunião na sede do 3º Regimento de Cavalaria do Exército em Porto Alegre. No encontro, ficou definido que os Poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) vão atuar conjuntamente para agilizar a liberação de recursos e avaliar a necessidade de alteração da legislação para que as ações tenham maior velocidade e respaldo jurídico para serem executadas.
Lula iniciou sua fala pública junto às autoridades afirmando que não adianta alguém contar como está uma situação, que “o melhor é ver como os próprios olhos” e, por isso, fez contato com os presidentes dos outros Poderes para que pudessem ter uma visão do signifcado dos estragos causados pelo excesso de chuvas no RS.
O chefe do Executivo Federal garantiu ao governador Eduardo Leite que apesar das dificuldades financeiras que o Estado vive o Governo Federal vai garantir a recuperação das estradas. O presidente citou cada um dos ministros e suas áreas, destacando quais medidas cada pasta ficará responsável. “Cada um dos ministros que eu trago sabe que depois que acabar a reunião eles têm compromisso de fazer aquilo que nós decidirmos. O companheiro Haddad, que é muito sensível a causa da dívida dos estados com a União e eu espero que ele faça um acordo prévio, porque não adianta o estado não ter nenhuma capacidade de investimento”.
Ao citar o ministro dos Transportes, Renan Filho, o presidente Lula destacou que o Governo Federal não vai economizar recursos para a recuperação das estradas: “eu sei que o Estado do Rio Grande do Sul tem uma situação financeira difícil, eu sei que tem muitas estradas estaduais que estão problemas. Eu quero lhe dizer, governador, que o senhor não fique preocupado porque o Governo Federal, através do Ministério dos Transportes, vai ajudar você a recuperar as estradas estaduais.”
Lula também ressaltou o papel da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), que está com a responsabilidade de apresentar um plano de prevenção à desastres climáticos. “É preciso que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso que a gente veja com antecedência o que pode acontecer de desgraça para gente poder evitar”. Citando o ministro das Cidades, Jader Filho, disse que a reconstrução das casas não poderá mais ser no mesmo lugar, onde elas foram atingidas pelas cheias.
“Às vezes a gente dá dinheiro e as obras não acontecem. Por isso, é preciso que a gente tenha uma combinação perfeita entre o Governo Federal, Poder Legislativo, Tribunal de Contas, Ministério Público, porque cada centavo que for colocado para combater uma coisa dessas tem que ser aplicado para aquilo que ele foi colocado. Ele não pode ser desviado”.
Ao final, o presidente encerrou a reunião destacando a importância do Rio Grande do Sul para a história e o desenvolvimento do Brasil.”Este estado é um estado muito importante para o Brasil. Este estado tem muito a ver com a integridade nacional do Brasil. Ele tem muito a ver com a cultura desse país, tem muito a ver com os pesquisadores e cientistas desse país. Sobretudo, este estado tem homens e mulheres que marcaram a história desse país. Grande parte das grandes lutas desse país, se deu nesse estado, com lideranças extremamente importantes”.
Novamente, dirigindo-se ao governador Eduardo Leite, o presidente afirmou que o Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul. “Eu queria dizer ao povo gaúcho: o Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul, sobretudo se a gente levar em conta a questão da agricultura. Se não fossem os gaúchos desbravadores venderem seus lotes para ir comprar terrenos com malária no Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul e outras regiões do país, nós não teríamos essa pujança da nossa produção agrícola. O que queria dizer, que o que estamos fazendo é dando ao Rio Grande do Sul, o que ele merece. Se ele sempre ajudou o Brasil, está na hora do Brasil ajudar o Rio Grande do Sul”.
Lula disse estar muito satisfeito com a presença dos presidentes de outros Poderes, porque não pode haver obstáculos e impedimentos para que os recursos e auxílios cheguem ao RS.